Calma fascizóides

Sei que o país esperava a minha análise às eleições. Depois dos resultados de ontem resolvi dar ao meu povo mais este rebuçado.

Estou contente. Aliás estou mesmo feliz e acho que nunca assim me tinha sentido sobre nenhumas eleições. Digo ainda mais, estou orgulhoso da escolha que os meus concidadãos fizeram. Da noite de ontem só tenho pena que tenha sido o personagem errado a demitir-se. Sim, apesar de achar odioso o conservadorismo católico a verdade é que eu nutria uma certa admiração pelo Paulo Portas (PP). Durante o tempo em que esteve no governo foi dos poucos que apresentou dignidade e competência? nas suas funções. Acho que PP era um homem profissional e com um sentido ético importante. Tenho pena que as suas posições sobre as "questões fracturantes" fosse a de um conservadorismo retrógado (passe o pleonasmo) e em nada semelhante às minhas posições. Desde já me assumo como um liberal, amante da liberdade (não é a mesma coisa) e preocupado com questões sociais. Parece paradoxal dado o sistema simplista de ver as coisas a que estamos habituados, mas se olharem para o partido Democrata nos EUA percebem onde quero chegar.

O meu contentamento pela maioria absoluta do PS deve-se a uma análise intuitiva e fria que faço da situação do meu país. O Sócrates não é fabuloso mas o que é preciso entender é que um primeiro ministro não tem que ser brilhante, apenas tem de ser forte e determinado. Sei bem que JS não me parece ter nenhuma das qualidades supra-citadas, mas a verdade é que a maioria absoluta torna desnecessários acordos à esquerda e dá uma força simbólica ao governo. Por isso acho que é a solução menos má. Fico feliz por isto.

No entanto a minha alegria vem também do facto de PSL ir embora. Aliás a minha grande alegria vem desse facto.

Sei que a esperança é a única coisa que agora nos resta. Mas quando foi chamado a tomar uma decisão o meu povo, "os meus camaradas", fez o que era necessário.

Midas