sábado, janeiro 24, 2004
Profanação!
Não raras vezes a minha roupa aparece no armário do meu irmão e vice-versa. A minha mãe atribui isto ao excesso de trabalho doméstico a que é sujeita apesar de nós acharmos que se deve a um lento mas impiedoso progresso da artereoesclorose. Afinal de contas não se pode confundir as t-shirts do meu irmão com dizeres como: "I don't even think straight"; "Different is beautiful" ou "Rei da Gay Parade 1997" com as minhas (para os leitores mais incautos as t-shirts do meu irmão não dizem aquilo, ele é muito homem).Hoje proém os limites foram passados: procurava eu a minha camisola dos CfTesos, azul escura como o mar, faixa celeste percorrendo horizontalmente o tecido, número 7 (partilhado por Garrincha, Cantona, Raúl, Schevchenko, Figo e agora Il Fenomeno) debroado a branco qual nuvem primaveril quando não a encontro. A onda de pânico que isso me causou levou-me a percorrer a casa toda em procura da sacrata maglia (como dizem os italianos).Encontro-a enfim, dobrada desajeitadamente qual trapilho inutil no armário do meu irmão. Tinha sido profanada! As lágrimas de terror escorriam-me pela cara enquanto procurava a minha mãe, descendo as escadas encontro-a como se nada se tivesse passado, na cozinha a fazer sopa...No apogeu da dor, do desgosto tibuteante consigo apenas sussurrar: "Porquê?...mãe...Porquê?..."
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