Aproveito para dedicar este post à minha vózinha que veio da sua linda terra para nos fazer companhia nesta época festiva. Como qualquer mulher educada numa aldeia do interior tem um manancial inesgotável de provébios, alguns deles de sentido difuso e que parecem se aplicar a qualquer situação. Desde o genial binómio paradoxal: "Não há duas sem três"/"Há terceira é de vez", que nos protege do que quer que aconteça numa terceira ocasião até ao "quem não é bom para comer não é bom para trabalhar", que defende uma teoria cientifica no minimo discutivel entre a capacidade de ingerir alimentos e a capacidade de trabalho, existe um dito popular para tudo.
Ainda há pouco a minha avó a propósito de uma discussão qualquer rematou a conversa ao seu melhor estilo com um belo: "não é por aí que o gato vai às filhoses". O que me levou a pensar, como é que eles surgem?Quem é que foi o primeiro a lembrar-se de dizer a propósito de algo insignificante:"deixa lá isso, não é por ai que o gato vai às filhoses". Mais intigrante ainda como é que pegou, alguém dizer esta frase é normal, há malucos para tudo, mas como é que as pessoas ouviram isto e pensaram:"que metáfora, que imagética estrondosa, tenho que utilizar esta frase".
Isso leva-me a uma questão quase sociológica:porquê o gato?porquê as filhoses?será que o gato tem um gosto especial por filhoses?Se eu de hoje à noite numa discussão disser:"Caga nisso, não é por aí que a mosca te vai ao vodka laranja".Será que pega? Será que daqui a 100 anos, pelas aldeias desse país se terminem as discussões com:"Nada disso, nada disso, estás enganado, isso não é importante, aliás como se costuma dizer, (e aqui vai ele), não é por ai que a mosca te vai ao vodka laranja (ou o periquito à tosta mista)"
Il Fenomeno
Sem comentários:
Enviar um comentário