Todos nos desculpamos com a falta de tempo para não fazermos determinadas coisas: “ai, adorava jogar à bola, mas não tenho tempo.”; “se tivesse tempo até escrevia umas cenas no blog.”; “foda-se não nem tenho tempo para bater uma punheta!”. Sinceramente acho esta ideia, do tempo como entidade maléfica que não nos permite fazer o que mais gostamos, completamente errada.
É verdade que o dia só ter 24 horas é uma restrição, no entanto, dentro dessas 24 horas somos completamente livres de fazer as nossas escolhas. É também verdade que o conjunto das actividades que gostariamos de realizar é maior que o das que realizamos. Em última análise, as coisas em que gastamos o nosso tempo são as preferidas relativamente às outras. Se não vou ao cinema porque tenho que trabalhar é por uma escolha pessoal, considero que o ter um salário no final do mês que me permite ir às putas é melhor que ir ao cinema e consequentemente passar o resto do mês a punhetas. Não é por nenhuma entidade superior que me obriga a trabalhar em vez de ir ao cinema. E podia dar muito mais exemplos, se não vou jogar à bola é porque prefiro comer uma holandesa, se não escrevo no blog é porque prefiro bater punhetas, se não bato punhetas é porque ando a comer uma holandesa, se não como uma holandesa é porque ando a jogar futebol...
Não quero que este post seja entendido como uma crítica (o exemplo da holandesa é meramente ilustrativo, sem perda de generalidade). Gostava só que todos nós, incluindo eu, assumissemos mais claramente as nossas opções e não nos escondessemos atrás do tempo...
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